Partido único norte-coreano reforça autoridade de Kim
Líder da Coreia do Norte é
nomeado secretário-geral do Partido dos Trabalhadores. Com o novo título, Kim,
que já controlava as Forças Armadas e outros setores-chave, consolida ainda
mais seu poder.
Kim Jong-un durante o congresso do partido único da Coreia do Norte |
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, recebeu o título de secretário-geral do
Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, informou nesta segunda-feira
(11/01) a agência estatal de notícias do país asiático, a KCNA.
A nomeação, por unanimidade, foi
confirmada durante o oitavo congresso do partido único da Coreia do Norte, em
Pyongyang. O título de secretário-geral havia sido abandonado no anterior
congresso, em maio de 2016, ano em que Kim Jong-un foi eleito presidente do
partido.
Analistas afirmam que a mudança
de designação é meramente simbólica e tem como objetivo reforçar a autoridade
do líder norte-coreano.
O vice-diretor do Departamento de
Organização e Direção do partido, Jo Yong-won, considerado uma das pessoas mais
próximas do líder da Coreia do Norte, se tornou uma das cinco figuras mais
poderosas da cúpula do regime, da qual, além de Kim Jong-un, também fazem
parte Choi Ryong-hae, Ri Pyong-chol e Kim Tok-hun.
Também decidiu-se realizar
congressos do partido a cada cinco anos. Até hoje, esses eventos ocorriam com
intervalos aleatórios, mas o líder do país já havia manifestado recentemente a
intenção de convocar as reuniões de forma regular.
Kim assumiu a liderança do país após
a morte de seu pai, Kim Jong-il, em 2011. Alguns observadores questionavam sua
capacidade de se manter no poder. No entanto, o líder, que completou
37 anos na última sexta-feira, conseguiu consolidar o seu poder aos
poucos, através da eliminação ou expurgação de seus potenciais
adversários.
Desde que passou a comandar a
Coreia do Norte, Kim também assumiu uma série de cargos de alto escalão, como a
presidência da Comissão de Assuntos de Estado, e se tornou comandante supremo
das Forças Armadas do país, com contingente de 1,2 milhão de militares.
Incertezas sobre papel da
poderosa irmã de Kim
Chamou atenção no atual congresso
do partido único o fato de a irmã de Kim, Kim
Yo-jong, não ter sido incluída na nova lista do politburo, o que gerou
especulações sobre seu status atual, depois de ter se tornado uma das pessoas
mais influentes do país nos últimos anos.
Ela, porém, ainda é membro do
Comitê Central do do Partido dos Trabalhadores. Sua ausência no politburo, o
comitê executivo do partido, for revelada dias depois de ela ter ocupado pela
primeira vez o pódio da liderança do partido, juntamente com outros 38
executivos, no início do congresso.
Analistas avaliam que ainda é
cedo para afirmar se ela teria ou não perdido influência na administração do
partido. Muitos, porém, afirmam que a ausência de seu nome na lista do
politburo não significa que ela tenha menos poderes, uma vez que é conhecida
por preferir atuar nos bastidores.
Retórica nuclear em primeiro
plano
No sábado, durante o congresso do
partido único, o líder norte-coreano definiu os Estados Unidos como o
seu "maior
inimigo” e prometeu reforçar o arsenal nuclear do país. O ditador
falou sobre a necessidade de "se impor" aos EUA, que definiu
como "o principal obstáculo no desenvolvimento da revolução",
segundo informou a KCNA. Ele exigiu que Washington pare com suas
"políticas hostis" em relação a Pyongyang.
Referindo-se à iminente posse de
Joe Biden como presidente americano, Kim alegou que a política dos EUA não muda
"independentemente de quem está no poder", cobrou que Washington
retire as sanções internacionais contra seu país e defendeu a necessidade de
"reforçar constantemente a mais poderosa dissuasão" para proteger a
Coreia do Norte, citando o programa de armas nucleares do país.
Kim ordenou que seja desenvolvido
um sistema de armas nucleares mais avançado com várias ogivas, mísseis
nucleares que podem ser lançados debaixo da água, satélites espiões e
submarinos nucleares. Kim anunciou que os planos para um submarino com propulsão
nuclear já foram concluídos e que os projetos estão em "fase de
revisão".
Noticia: dw.com
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