Farmacêutico antivacina sabota doses nos EUA
Preso por danificar mais de 500
doses de vacina contra o novo coronavírus, dezenas delas mais tarde aplicadas
em pessoas, americano admite ser adepto de teoria fantasiosa de que imunizante
altera DNA humano.
Um farmacêutico americano preso
no mês passado acusado de sabotar mais de 500 doses de vacina contra o
coronavírus é um adepto confesso de teorias da conspiração e acredita,
erroneamente, que os imunizantes fazem mal.
A informação foi apresentada na
segunda-feira (04/01) pelos investigadores, durante o primeiro comparecimento
de Steven Brandenburg ao tribunal. Ele é acusado de remover 57 frascos da
vacina da
empresa Moderna, cada um com dez doses, dos refrigeradores de um centro
médico no estado do Wisconsin, numa tentativa de destruí-los.
Segundo os investigadores,
Brandenburg acredita na tese infundada, baseada em teorias da conspiração, de
que as vacinas são perigosas e podem alterar o DNA humano.
As vacinas da Moderna
e Pfizer-BioNTech são baseadas na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA),
que fornece informações genéticas ao corpo humano para ajudar a produzir
anticorpos contra o coronavírus. Especialistas dizem que não há evidência que
sugira que elas alterem o DNA humano, e milhões de pessoas já foram imunizadas
usando estas vacinas na Europa e nos EUA.
Ambas requerem temperaturas muito
baixas de armazenamento e podem ser danificadas ou destruídas facilmente caso
não sejam guardadas corretamente. Foi justamente isso que Brandenburg tentou
fazer em duas ocasiões.
"Sua intenção... era
torná-las ineficazes porque ele tinha formado esta crença de que elas não são
seguras, que o método RNA de criar estes medicamentos os tornava
inseguros", disse o promotor público Adam Gerol, durante a audiência.
Brandenburg havia inicialmente
dito às autoridades hospitalares que as vacinas foram deixadas sem refrigeração
por acidente, porém mais tarde admitiu que as retirou de propósito do
refrigerador.
Sem provas de danos a pessoas
vacinadas
O farmacêutico, de 46 anos,
também admitiu, em uma ocasião, ter colocado as vacinas não refrigeradas de
volta, que mais tarde foram injetadas em 57 pessoas.
As pessoas foram notificadas, e
não há provas de que as vacinas tenham causados danos a elas, de acordo com o
hospital onde elas foram aplicadas.
O farmacêutico foi demitido, e o
hospital informou as autoridades, inclusive o FBI (a polícia federal
americana), sobre o caso. Ele foi preso na quinta-feira da semana passada.
"Brandenburg, um
conspirólogo confesso, disse aos investigadores que acredita que a vacina para
covid-19 não é segura para as pessoas e poderia prejudicá-las e mudar seu
DNA", afirma uma declaração da polícia, divulgada pela mídia local.
O Ministério Público disse
que as acusações podem ser rebaixadas se for constatado que as vacinas ainda
podem ser usadas. Brandenburg foi libertado sob fiança.
Noticia: dw.com
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