General Lloyd Austin, veterano com grande experiência em logística militar, deve ser apontado para cargo mais alto da Defesa nos EUA. Presidente eleito prometeu compor gabinete mais diversificado da história americana.

      Lloyd Austin atuou como chefe do Comando Central dos EUA durante a presidência de Barack Obama


O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deverá nomear o general aposentado Lloyd Austin, de 67 anos, para o cargo de secretário de Defesa, segundo fontes próximas à decisão ouvidas por veículos de imprensa americanos e agências de notícias. 

Se tiver sua indicação confirmada pelo Senado, Austin, que atuou como chefe do Comando Central dos EUA durante a presidência de Barack Obama, responsável pela supervisão das Forças Armadas americanas no Oriente Médio, será o primeiro negro a assumir o cargo mais alto da Defesa do país.

O general, que se aposentou em 2016, necessitará de uma permissão especial do Congresso para assumir o cargo, por estar fora das Forças Armadas há menos de sete anos, que é o prazo exigido por lei. O primeiro secretário de Defesa do presidente Donald Trump, James Matthis, também precisou dessa mesma autorização antes de poder exercer o cargo.

Austin tem reputação de ser um estrategista astuto, com grande conhecimento das Forças Armadas. Ele estabeleceu uma relação com Biden durante o governo Obama e vem atuando como consultor de segurança nacional na equipe de transição, segundo apurou a agência de notícias Reuters.

Ampla experiência

De acordo com a agência, a escolhe de Austin para liderar o Pentágono se deu em razão de sua ampla experiência com dificuldades logísticas, como ao liderar a retirada das forças dos EUA e da coalizão internacional do Iraque. Ele poderá desempenhar um papel importante na tarefa das Forças Armadas de facilitar a distribuição de vacinas contra a covid-19 em todo o país.

Sua indicação, contudo, poderá enfrentar a resistência de alguns grupos progressistas, em razão das atividades que assumiu como membro do conselho de várias empresas, incluindo a fabricante de armas Raytheon Technologies, depois de se aposentar da vida militar.

Entretanto, Austin poderá atender algumas das reivindicações de entidades que pedem mais diversidade racial no gabinete de Biden, como as queixas da bancada hispânica do Congresso em relação ao número de latinos no novo governo.

Biden quer diversidade em seu gabinete

Depois de apresentar formalmente sua equipe para a área da saúde nesta terça-feira, o presidente eleito se reunirá com líderes de entidades de direitos civis, que reclamam da falta de afro-americanos entre as indicações para altos cargos no novo governo.

Biden prometeu compor o gabinete mais diversificado da história americana, algo que destacou em seu discurso após a vitória nas eleições em novembro ao dizer aos eleitores afro-americanos que não se esqueceria deles.

A escolha de Austin deve também agradar aos que defendem maior diversidade nas Forças Armadas, normalmente criticadas por falhar ao promover membros das minorias para as patentes mais altas.

Biden, que tomará posse no dia 20 de janeiro, já nomeou várias de suas lideranças nas áreas de economia e da segurança nacional. Sua equipe de saúde irá enfrentar o enorme desafio de lidar com o avanço da covid-19 no país, que já matou mais de 238 mil americanos.

O democrata apresentará o procurador-geral da Califórnia, Xavier Becerra, um ex-congressista de origem latina, como secretário de Saúde e Serviços Humanos, e Rochelle Walensky, diretora de doenças infecciosas da Universidade de Massachusetts, para liderar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O infectologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, será o consultor-chefe para assuntos médicos da Casa Branca. Nos últimos meses ele se destacou como uma das lideranças do país no combate ao coronavírus, e chegou a divergir publicamente com Trump em relação ao enfrentamento da pandemia.


NOTICIA: www.dw.com


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