5 verdades inconvenientes sobre
os rankings universitários
Eles são isentos e comparáveis? E o quanto eles
tratam mesmo da qualidade de ensino das instituições? Descubra aqui!
Como os rankings universitários
são realmente calculados ou medidos? Estudantes – e, às vezes, empregadores –
muitas vezes depositam muita confiança no que estas listas significam, tomando
grandes decisões de vida com base nestas medições supostamente imparciais da
relevância das instituições. O problema é que esta interpretação é, no mínimo,
incompleta. Não que os rankings estejam necessariamente errados, mas eles podem
ser enganadores se o estudante não considerar outros aspectos importantes.
Um post recente, em inglês sobre o
assunto se aprofunda um pouco na forma muitas vezes enganosa em que os
rankings são formulados e, mais que isso, ou utilizados. Confira abaixo
cinco verdades inconvenientes sobre eles, mas que são importantes para
mantermos em mente quando analisamos criticamente as instituições:
a maneira como os rankings
funcionam podem levar a universidade a basear suas próprias estratégias,
recrutamento e marketing para resultados que não necessariamente são os mais
valiosos para os estudantes.
#1 Universidades são empresas
Para começar, as instituições de
ensino – tanto públicas quanto privadas – são essencialmente negócios
educacionais. Isto não desvaloriza a educação que eles oferecem ou o seu valor
social. Porém, este fato torna a aparição em rankings mais desejável do que
deveria ser. Em outras palavras, competição e status significam muito para as
universidades, pois, em qualquer mercado, quando há um valor associado a um
produto, ele se torna uma commodity e as suas ações sobem. Assim, uma
alta posição nos rankings implica maior número de inscritos e maior taxa de
matrícula, levando, no fim das contas, a mais dinheiro (tanto em pagamentos
indiretos de estudantes na forma de anuidades quanto de diferentes fontes de
financiamento).
De forma semelhante, a maneira
como os rankings funcionam podem levar a universidade a basear suas próprias
estratégias, recrutamento e marketing para resultados que não necessariamente
são os mais valiosos para os estudantes.
#2 É uma estratégia de Marketing
É interesse da universidade “jogar
para os dois lados”. Ou seja, ficar “acima da verdade”, promovendo-se como
provedores imparciais de conhecimento e reflexão, e ao mesmo tempo mostrando-se
competitivas de acordo com os rankings. Não que estas duas coisas se
contradigam necessariamente – uma universidade pode, naturalmente, ser
influente e bem ranqueada, e desejar atrair atenção de estudantes, mesmo sem
perseguir ativamente uma posição nestes rankings. Mas nem sempre é assim – por
isso, é importante verificar o trabalho do marketing das instituições, e
investigar mais a fundo os fatores dos rankings que posicionam as universidades
em suas colocações.
#3 Não sabemos o que de fato os
rankings avaliam
Os rankings não necessariamente
medem o que o público geral acredita que eles meçam. E há indicativos de que
empregadores – e com certeza estudantes e o público em geral – consideram
prestígio e “grandes nomes” mais importante que qualidades objetivas. Pode ser
simples acreditar nos rankings – largamente influenciados por percepção e
reputação – e não analisar o real valor da educação que o estudante
efetivamente receberá.
#4 Confie desconfiando
A maior parte dos dados em que se
baseiam os rankings são fornecidos pela própria universidade. E quase nunca há
checagem ou auditoria.
#5 Diferentes rankings não são
comparáveis
Listas diferentes resultam em
posições extremamente diversas para as mesmas instituições. Como é possível que
a London School of Economics esteja em nono lugar no The Sunday Times, 23ª no Times Higher Education e 327º no US News & World Report? De onde estas
pontuações tão diferentes vêm? Da mesma forma, já que até mesmo os critérios
variam de ano para ano, não há nenhuma maneira 100% efetiva de comparar os
resultados através do tempo.
Na ausência de um controle de
qualidade isento, a decisão do estudante deve ser tomada olhando a um espectro
mais amplo de critérios e fazendo um bocado de pesquisa de campo. Como se trata
de uma decisão pessoal para cada candidato, a posição em um ranking pode ser
olhada lado a lado com critérios que são mais importantes para ele: custo,
perspectiva de carreira, taxas de conclusão de curso… No fim das contas, estes
fatores pesam muito mais na experiência do universitário do que apenas um
número (incerto) em listas anuais.
Este
artigo é uma adaptação do Blog Sqore. O original (em inglês) pode ser acessado aqui.
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