Polícia
Federal prepara operação para desocupar garimpo ilegal em MT
Mil pessoas permanecem na Serra
da Borda, em Pontes e Lacerda. Polícia fez sobrevoo na região e reunião em
Brasília para definir estratégias.
Lislaine
dos Anjos Do G1 MT
A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (29)
que já definiu as estratégias para a realização da operação de desocupação do
garimpo ilegal localizado na Serra da Borda, no município de Pontes e Lacerda,
distante 483 km de Cuiabá. Há 13 dias, a Justiça Federal determinou o fechamento do garimpo
por funcionar sem a permissão do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM).
O dia da operação será mantido em sigilo, segundo a
Polícia Federal, para que as prisões daqueles que
insistem em descumprir a ordem da justiça sejam presos. Para auxiliar no plano
de desocupação, foi realizado um sobrevoo com uma aeronave da Secretaria
Estadual de Segurança Pública (Sesp) para definir quais os pontos estratégicos
e críticos na realização da operação.
De acordo com a PF, uma reunião foi realizada em
Brasília (DF) e as ações necessárias para o cumprimento do mandado judicial estão
sendo finalizadas. Após a determinação da Justiça, a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF-MT) fecharam as
principais entradas do garimpo.
Cerca de seis mil garimpeiros já deixaram a Serra da Borda (Foto: Reprodução / TVCA |
Atualmente, 10 policiais em quatro viaturas se
encontram no pé da serra, abordando e revistando quem passa pela região e
impedindo a entrada de novas pessoas no garimpo. A polícia também tem realizado prisões por posse ilegal de
ouro e por comercialização e extração ilegal do ouro encontrado na
jazida.
A decisão judicial também prevê o uso de força
policial para desocupar do garimpo, caso fosse necessário. O governo do estado,
a PF e a PRF-MT elaboram um plano para cumprir a decisão judicial e já foi
pedido inclusive apoio da Força Nacional de Segurança, mas a presença dos
militares ainda não foi confirmada.
Entenda o caso
O garimpo na Serra da Borda começou a ser explorado
há pouco mais de dois meses e, nesse período, chegou a ter pico de sete mil
pessoas na área, entre garimpeiros profissionais e ocasionais, tentando retirar
o ouro. Desse total, mil permanecem no garimpo, segundo estimativa da polícia. Os garimpeiros pedem para que a extração seja legalizada e,
atualmente, tem recolhido assinaturas para criar uma espécie de associação.
Muitos dos que estão na área são de Pontes e Lacerda e,
conforme a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), são responsáveis por
colocar em risco a água consumida na cidade. A Sema diz que essas
pessoas têm levado a terra extraída para ser lavada em casa com mercúrio, metal
tóxico que ajuda na separação do ouro e que pode causar doenças neurológicas
graves. O mercúrio acaba escoado pelos ralos das casas e chega até a rede de
abastecimento de água.
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