DESEMPREGO
Parauapebas
começou a parar em pleno verão de 2012. Aos poucos a atividade em Carajás foi reduzindo
para os peões. Começaram desde março 2012 a se movimentarem, as reivindicações ganharam força na ausência de
sindicatos de verdade.
Logo
a mare social engoliu todas as possibilidades e os peões foram sumindo, cada
dia grupos menores nas ruas. Depois da passagem do ano, ainda em 2013 havia muitos,
mas desempregados. Começavam a encontrar certa dificuldade em serem recontratados.
Suas despesas começaram a serem contidas, preocupações no horizonte. Ainda durante
este ano houve contratações, portas de firmas, mas já haviam sinais claros de
paralisia.
Com
a mina de Carajás totalmente implantada, as grandes turmas de montagem seriam
dispensadas e para o salobro nem era
preciso olhar. Foram se dispersando, casa, para Altamira, Rio, Maranhão. Chegamos
a um melancólico final de 2013.
Já
em 2014 as coisas mudaram um pouco. Começava firme a promessa do S11D. Comentários
insistentes recomendavam a ida para aquela praça. A VALE passou a investir mais
no nome Canaã. Surgia uma nova esperança no horizonte. Mas estávamos escaldados
com a promessa não cumprida de Ourilândia do Norte e seus problemas. Muitos resolveram
não se arriscar.
Finalmente
as contratações começaram para valer, grande parte do contingente de peões de Parauapebas
foram ali morar, alojados. Corria comentários que o prefeito exigiu da VALE a não
presença de peões dentro da cidade.
Apartir
de setembro até hoje, é firme a transferência de pessoal para Canaã. Milhares mudaram
para ali, milhares sumiram de Parauapebas, transformando-a numa praça de saudades.
Hoje
a cidade é quase um deserto. Casas a venda, casas para aluguel, condomínios e prédios
inteiros vazios. Um mar de peões a porta das poucas empresas que restam.
E
o odioso e maçônico esquema de indicação. Entra apenas os indicados. Não tem saída.
Em Canaã a mesma pratica odiosa. Somente indicados. Hoje entendemos a queda de produtividade
do trabalhador brasileiro. Muito desses indicados não tem as competências exigidas.
É a única forma de se conseguir emprego aqui.
Passa
o tempo a Parauapebas definha cada dia mais. Mergulhada numa crise politica sem
precedentes a cidade perde oportunidade de enfrentar a VALE. A produção mineral
não foi reduzida. O trem continua com suas partidas quase diárias.
Atualmente
a loucura foi tanta que uma linha férrea,
contrariando tudo que ocorre hoje no mundo,
foi construída dentro da planta
urbana.
Com
todo o transtorno causado. Com todas as consequências que uma linha férrea,
cujo destino é apenas transportar minério, causa a uma cidade em expansão e
desenvolvimento como Parauapebas.
O
treinamento é cada vez mais assumido pelas
empresas em crise. A VALE contrata nossos instrutores diretamente. Varias
escolas profissionais fecharam suas portas. Se foram, sem mercado. Mas resistimos.
Somos EXCLUSIVA. Somos on demand.
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